domingo, 8 de junho de 2008

"Puzzle" em construção

A descoberta foi quase acidental. A sugestão do Bruno, o encontro com velhos discos perdidos, a escuta das primeiras canções... A pouco e pouco, foram-se juntando as peças, imagens e recantos de um quadro inteiramente novo. Este era o retrato de um país antigo, mas que procurava caminhos de modernidade.
As tardes passadas na fonoteca, as visitas à Feira da Ladra ou a lojas cheias de vinis antigos, na expectativa de novas revelações, foram aumentando e enriquecendo o conjunto de vozes, músicos e autores que, para nós, pareciam perdidos no tempo ou conhecidos, hoje, por motivos diferentes destas canções.
Ritmos e sonoridades que à época eram, também eles, um território inexplorado. Letras cheias de um romantismo arrebatado e exuberante, por vezes quase inestético, à luz do que hoje encontramos nas canções que ouvimos. Ambientes glamorosos e requintados. Personagens cheias de histórias de amor e de diáspora.
A pouco e pouco, este processo foi-se transformando em algo mais do que uma mera curiosidade, e a ideia de um repertório começou a surgir. Desbravar estas canções, dar-lhes um pouco da nossa visão e tentar mostrá-las a um público mais ou menos distante delas, foi o passo seguinte. Trata-se disso mesmo: um conjunto de boas canções nascidas num tempo distante. Hoje, o Quarteto Moderno permanece nesta constante busca, com vontade de encontrar novas surpresas e de partilhar, ao vivo, a sua aventura.